A internet é feita de memes. E por isso, somos felizes.
A verdade é que todos os dias quando rolamos a nossa timeline, somos bombardeados com diversos memes. Rola aquela identificação!
Você sabe do que estou falando, né?
Na linguagem técnica, o meme é uma forma rápida de condensar pensamentos, emoções e discursos, num conteúdo facilmente compartilhável. Para quem é da área de comunicação digital (especialmente), tornou -se uma potência criativa. Os conteúdos que fazem sucesso são ressignificados para diversos cenários. Uma mesma imagem é modificada para transmitir uma ideia diferente em diversas situações.
Afinal, neste contexto, todo mundo quer um meme para chamar de seu – principalmente as marcas. E não pense que é só no Brasil, onde somos conhecidos como os melhores criadores. Empresas mundiais também estão investindo neste mesmo formato de comunicação.
A marca de bebidas Bud Light Seltzer, da AB Inbev, abriu um processo seletivo em busca de um profissional para o cargo de Chief Meme Officer, cuja missão será aprimorar os memes produzidos pela marca. Quem não queria um cargo desses, né?
Já no Brasil, várias marcas como Coca Cola, Telecine, Vanish, entre outras, fecharam parceria com páginas como Perrengue Chique e Greengo Dictionary. O objetivo é fazer publicidade de uma forma mais orgânica, o que pode consequentemente gerar mais resultado positivo. É simples: essas páginas já possuem o público-alvo que a marca quer atingir e, ali, retém facilmente atenção ao conteúdo.
Até o momento, esse oceano de memes não tem donos definidos. Não importa saber a sua origem ou a autoria. Todos jogam. O único objetivo é que a mensagem seja imediata e faça sentido para quem está consumindo. Mas será que seu uso frenético (e meio sem regras) não gera alguma consequência?
Você lembra dos memes dos três reais? O meme surgiu quando a apresentadora do programa da Globo “É de Casa” ficou repetindo esse valor diversas vezes, pois estava chocada com o preço cobrado em uma carteira feita pela artesã Raquel Motta do Amaral. O vídeo virou meme. Circulou pela web e fez parte do quadro do “Isso a Globo Não Mostra” e também do ”Fantástico”. No entanto, outros estabelecimentos como shopping, academias, multinacionais e até motéis usaram a imagem de Raquel sem nenhuma autorização para desdobrar esse mesmo meme da forma que eles achavam conveniente para suas respectivas marcas.
O caso da artesã revela que a indústria do meme objetifica as pessoas. No fundo, não queremos saber quem é a pessoa, só queremos rir um pouco, compartilhar com nossos amigos até, por fim, o meme ficar obsoleto. Além da Raquel, existem diversas imagens de pessoas que circulam na internet, na maioria dos casos, sem a autorização.
Mas, peraí, onde entra a ética nessa história toda?
Ainda que não exista uma lei específica, nós, como consumidores e produtores de conteúdo, podemos começar a ter responsabilidade no uso desenfreado dos memes – principalmente os que expõem terceiros.
Algumas dicas básicas são:
> Esteja ciente do contexto do meme. Desta forma, fica mais fácil criar conteúdos que não ofendam ninguém;
> Dê créditos à fonte. Não é de hoje que sabemos que a cópia de qualquer coisa é plágio. Na internet também, mesmo que pareça terra de ninguém;
> Contextualize a história por trás do meme que você usou;
> Não exclua as marcas d’água da imagem ou tire o nome do autor de um tweet, por exemplo.
Pense antes de postar ou de criar.
Desta forma, contribuímos para a construção de um ambiente mais justo em qualquer lugar. Inclusive na internet.