O marketing digital está em constante movimento. Afinal, a vida tá acontecendo e consequentemente tudo relacionado ao consumo está sempre girando. E isso impacta diretamente na forma como produzimos conteúdos.
Coisas que antes eram tendências no mercado, naturalmente vão se adaptando às novas realidades e novas demandas. Foi assim que surgiram as chamadas blogueirinhas, encaradas inicialmente de forma pejorativa, mas que hoje somam muitos milhões de seguidores e um império. E neste caminho, alguns recebidos viraram publis e passou a ser mais caro ter a sua marca associada a certos @s. Isso perdurou por muito tempo, especialmente com o crescimento precursor de grandes influenciadores como Julia Faria, Camila Coutinho, Camila Coelho, Gabriela Pugliesi, Nina Secrets, Nati Vozza. Esta última, inclusive, recentemente vendeu a sua marca de roupas NV ao Grupo Soma por R$ 210 milhões.
Hoje não vamos falar que esse modelo não funciona. Até porque as respostas na internet são construídas coletivamente. O que é possível perceber, no entanto, é que o mercado foi entendendo que às vezes vale mais estar associado a uma influenciadora menor com mais conexão e engajamento. Inclusive, os conteúdos foram ficando mais nichados. Os ânimos também mudaram. Posts mais politizados, discussões mais acirradas e medidas mais drásticas como o cancelamento virtual passaram a ser tornar frequentes.
A pandemia, certamente, escancarou essas mudanças. As empresas perceberam que precisam sim escolher cautelosamente a quem se associam, especialmente porque nem todos os influenciadores são autênticos. Muitos cultivam uma imagem e um lifestyle totalmente impossível para 90% das pessoas. O que antes era almejado passou a ser descartado e desde então, a busca natural tem sido por conteúdos mais reais, escolhendo nomes menores, mas que dialoguem com todos.
Conforme anunciado no início do texto, o marketing (assim como a gente) tá em constante evolução. O que era cool ontem pode não ser mais hoje. Isso tudo porque a internet ainda é um grande campo de experimentação. Por mais que hajam mecanismos hoje em dia como pesquisas de comportamento e análise de dados (SUPER RELEVANTES!), o tom também é ditado pelo dia a dia e pela cultura, que falam mais alto do que qualquer estratégia. A tendência crescente é de valorização de um capital mais intelectual, portanto a construção do enredo é por vezes mais importante do que só a venda em si.
Aqui eu queria deixar um exemplo da série da Netflix Emily in Paris. Tirando as minhas ressalvas ao roteiro, a protagonista (Emily) se muda a trabalho para Paris. Lá, ela começa a compartilhar sua rotina no Instagram e vai crescendo exponencialmente sua base de seguidores. Só que ela não mostra os looks glamourosos ou só os cenários parisienses de tirar o fôlego. Ela compartilha detalhes da sua rotina. O crossaint que come na padaria do bairro ou uma viagem para o interior com os amigos, uma saída descolada. Na série, ela trabalha em uma agência de marketing (ou seja, ela tem as manhas), mas o que o enredo mostra é ela crescendo digitalmente justamente por ser uma grande curadora dos seus próprios desafios na nova rotina na Cidade da Luz.
Esse é só um dos exemplos que prova o meu ponto. A migração digital hoje em parte é de micro influenciadoras para curadores. Pessoas que mostram os seus gostos, independente da marca, por exemplo. Eles têm um olhar diferenciado, mais apurado, mais seletivo. Não é o mainstream mais.
A curadoria de conteúdos já é uma realidade e vai crescer ainda mais. Os curadores que conhecíamos anteriormente eram tipo nosso amigo viciado em tech ou um outro amigo amante de séries e livros, que sempre tinha uma boa indicação. Essas pessoas já são autoridade de certa forma no que elas consomem. Quando elas trazem isso para as redes (e normalmente curadores têm conteúdo em múltiplas plataformas), ela publicizam um universo do qual elas são verdadeiramente apaixonadas e engajadas. O conteúdo passa verdade organicamente. Porque mais relevante do que simplesmente vender, a pessoa precisa mostrar que entende do que está vendendo, que acredita naquele movimento e que encabeça os valores demonstrados por ela.
O curador é a definição do que a palavra significa. Ele seleciona os melhores conteúdos de determinados assuntos, que são também os favoritos dele. O importante é fazer uma boa seleção. Por isso, separei alguns espaços legais para buscar informações na internet, além do Instagram:
Newsletters: um universo imenso de conteúdos curados também por outras pessoas. Isso te ajuda a ter acesso a mais matérias, links, etc, sem ter que pesquisar e achar tudo sozinha. Por isso, assine algumas newsletters bacanas de pessoas que você já curte. E isso vai variar muito de acordo com o tipo de conteúdo que você gosta de consumir. A maioria é gratuita.
Separe um tempinho na semana para ler esse material que você assinou. Vai certamente te trazer vários insights.
Podcasts: a maravilha da internet é que há diversos tipos de conteúdos gratuitos para você escolher. E podcasts são um mundo que vale a pena conhecer.
Medium: uma plataforma de publicação online com contribuições do mundo inteiro. Tem muita variedade de texto e diversas publicações que você pode seguir e acompanhar. Você pode ler alguns textos gratuitos ou assinar uma mensalidade para ter acesso ilimitado aos textos.
Essas são ideias de como você pode curar o seu próprio conteúdo, mas como empresa também é bacana pensar em conteúdos específicos para cada plataforma. Cada vez mais posts com valor social tem gerado engajamento e se você conseguir produzir bons conteúdos, você pode ter o seu material curado em outros espaços. Essa é a nova definição de vencer na vida digitalmente!
E aí, ficou com alguma dúvida? Quer trocar uma ideia? Deixa nos comentários.