A pandemia resignificou processos em diversos segmentos, além de acelerar o curso das transformações. Pesquisas apontam que no caso do e-commerce e do varejo, por exemplo, a crise sanitária acelerou em quase cinco anos as mudanças previstas pelo setor.
E é claro que toda essa mudança impacta diretamente na forma como a comunicação é pensada. Afinal, comportamentos e tendências são a base para uma boa estratégia.
Pensando nisso, queremos trazer alguns dados legais hoje aqui para refletirmos sobre o futuro de tudo que vamos viver. A BackSlash, central de inteligência e monitoramento da rede global TBWA mapeou quatro movimentos fundamentais para compreender o novo momento. Eles fazem um estudo anual de tendências e comportamentos e esse do “Futuro do Varejo” tem insights bem legais! A empresa observa o surgimento de tendências no mundo inteiro e mais de 300 pessoas espalhadas por diversos países reportam comportamentos culturais.
Uma das principais tendências para os próximos anos do varejo é maior conscientização das pessoas em relação ao consumo. Este movimento, inclusive, já estava presente no varejo antes da pandemia, mas foi intensificado e acelerado pelo atual momento. Cada vez mais as pessoas vão entender que atitudes individuais impactam muito o coletivo.
De acordo com levantamento feito pela Economist Intelligence Unit (EIU), a pedido da WWF, as pesquisas na internet por produtos sustentáveis tiveram crescimento de 71% nos últimos cinco anos. Englobando mais de 54 países, o estudo aponta ainda que, no Brasil, os tuítes relacionados ao assunto aumentaram 82% no período analisado e o volume de notícias cresceu 60%.
Tendências
Varejo flexível: depois de tanto tempo de isolamento social, com os consumidores migrando para o e-commerce, as lojas físicas vão servir a um propósito de experiências, que vão além de simplesmente comprar. A ideia é que as lojas físicas possam se tornar pontos de reciclagem e pontos de melhoria dos produtos.
Dica: já pensou em como transformar etapas do seu processo em experiências para o consumidor? Ou talvez dividir mais dos bastidores? Que tal experimentar o chamado branding sensorial?
A comunicação não se reduz só as postagens nas redes sociais. Uma boa estratégia é holística e engloba diferentes momentos do consumidor!
Comércio em rede: a relação entre marcas e consumidores fica mais complexa a cada dia que passa, com o aumento das plataformas de compra. Hoje, com tantas possibilidades e um consumidor cada vez mais consciente, as pessoas querem produtos que tenham algo a oferecer além da etiqueta, faz com que o consumidor deixe de ser só um receptor e passe a ser parte do processo. Isso inclui marcas que são construídas ou aprimoradas com a opinião do consumidor, bem como programas de fidelidade e assinatura, que incluem o usuário no processo e desenvolvimento. Esta tendência vai impactar diretamente o perfil dos influenciadores contratados para campanhas, por exemplo. Eles terão que ser mais informativos e educativos.
Dica: o marketing de influência tem mudado bastante, especialmente no que diz respeito aos níveis de engajamento. Nem sempre número é tudo. Neste sentido, quando for pensar em influenciadores, abra o leque. Busque fora da caixinha. Isso pode se tornar o diferencial da sua estratégia.
Luxo do ciclo de vida: com uma abordagem mais consciente e ética do consumo, um novo conceito de luxo surgirá. Produtos duráveis, sustentáveis, com uma cadeia de produção mais ética e justa, que valham o preço cobrado pelos produtos. É a elegância e a funcionalidade juntas. Além disso, uma ampliação do mercado de segunda mão, em que a história do produto passa a ser importantíssima.
Dica: na comunicação, a narrativa adequada nem sempre é a mais óbvia. Portanto, teste abordagens e storytellings para observar qual causa maior engajamento.
Corda bamba da tecnologia: com a pandemia, que provocou uma hiperconexão. A fadiga digital é um fenômeno tão forte quanto os avanços tecnológicos. Portanto, os consumidores querem cada vez mais uma vida mais desconectada: seja por uma questão de bem-estar ou por uma preocupação com sua privacidade. A tecnologia de varejo da próxima geração funcionará por trás das cenas, para permitir uma experiência de compras mais intuitiva, inteligente e sensorial. A tecnologia dará aos consumidores a possibilidade de uma experiência de compra perfeita.
Dica: com o excesso de tecnologia no nosso dia a dia, às vezes é difícil pensar em algo que não envolva celulares e redes sociais, certo? No entanto, ela precisa ser um recurso complementar e não o único.
Boas marcas e empresas são feitas de pessoas, que contam boas histórias.
Portanto, a partir desta análise, os gestores de comunicação das marcas e das empresas podem pensar em oportunidades de mercado, principalmente nos setores de cosméticos, farmacêutico, moda e alimentos, além de terem ativos importantes para subsidiar as estratégias de comunicação.
Uma dica valiosa é: as tendências mudam, especialmente com a influência do digital. Por isso, se atualizar nunca é demais!