Você sabe como o método usado por Sherlock Holmes em seus livros pode te ajudar a analisar dados?
Sherlock Holmes é um dos detetives mais famosos do mundo. Ele é famoso pelo seu jeito excêntrico e pela sua capacidade de resolver casos. Quando o Watson conhece Sherlock, fica abismado e tenta entender como funciona a mente do amigo, foi quando foi feita a famosa lista do conhecimentos de Sherlock:
“Literatura: zero.
Filosofia: zero.
Astronomia: zero.
Política: escassos.
Botânica: variáveis. Conhece a fundo a beladona, o ópio e os venenos em geral. Nada sabe sobre jardinagem e horticultura.
Geologia: práticos, mas limitados. Reconhece à primeira vista os diversos tipos de solo. No regresso dos seus passeios, mostra-me manchas nas calças, e diz-me, pela sua cor e consistência, em que partes de Londres as conseguiu.
Química: profundos.
Anatomia: exatos, mas pouco sistemáticos.
Literatura sensacionalista: imensos. Parece conhecer todos os pormenores de todos os horrores perpetrados neste século.
Música: Toca bem o violino.
Educação Física: É habilíssimo em boxe, esgrima e bastão.
Direito: Tem um bom conhecimento prático das leis inglesas.”
Um estudo em vermelho – Arthur Conan Doyle
Agora que você viu a lista, esqueça que ela existe, não vamos usá-la. Foi só a caráter de curiosidade.
Como a lista não respondeu absolutamente nada, Watson perguntou para Sherlock sua profissão e como resolve mistérios tão rápido. A partir daí, Sherlock explica como funciona o método dedutivo (é tão importante que existe um capítulo inteiro só para falar dele, mas juro que não vou me alongar).
“Como todas as outras artes, a Ciência de Dedução e Análise só pode ser adquirida por meio de longo e paciente estudo, nem a vida é bastante para que um mortal alcance a maior perfeição possível nessa arte. Antes de voltar para aqueles aspectos vitais e mentais da questão que apresentam as maiores dificuldades, que o observador comece por dominar problemas mais elementares…. Por mais pueril que pareça , o exercício afia as faculdade de observação e ensina onde olhar e o que procurar.”
Um estudo em vermelho – Arthur Conan Doyle
Tá … isso teoricamente ajudou o Sherlock a resolver assassinatos, mas como isso vai ajudar o meu cliente?
O que o livro nos ensina é que Sherlock absorve todas as informações, mas tem um cérebro treinado para manter apenas o que é necessário para o seu cliente. E é isso que tentamos fazer todo os dias.
A internet está cheia de informações, mas poucas são relevantes para o cliente. Nosso desafio é entender o que, dentre todas as informações obtidas, é realmente útil para a gente e para o nosso trabalho.
Um bom exemplo é um cliente que trabalhamos recentemente. Como toda empresa de telecomunicações, existem muitas reclamações. Nosso principal desafio era entender o que realmente estava funcionando ou não na comunicação.
Dado o ramo de atividade desse cliente, era praticamente impossível não ser bombardeado por informações vindas de todas as direções, e não podemos simplesmente ignorar tais informações, já que muitas poderiam ter relação direta com a comunicação trabalhada. Tínhamos que discernir, dentre tudo isso, o que era importante para o cliente se comunicar adequadamente.
Então, para fazermos essa análise, além de conhecer todos os aspectos da campanha, temos que conhecer nosso cliente e seu público-alvo. Munidos de informações podemos diferenciar com mais facilidade o que é útil ou não, o que vale para todos os aspectos de uma campanha. Seja na análise do relatório, na busca de oportunidades, no conteúdo da campanha quanto na comunicação com direta com os usuários.
Falar é fácil mas como podemos colocar em prática? Fizemos uma lista que pode te ajudar a colocar esse método em prática:
- Pode parecer simples, mas sempre conheça MUITO BEM o seu cliente e o segmento que ele atua. Pesquise, não apenas informações relacionadas ao que vai comunicar, mas toda a história da organização. Dados que te auxiliam no momento do planejamento etsratégico;
- Não se prenda somente às informações do briefing. Não tenha medo de perguntar. É impressionante o tanto de informações que são esquecidas por parecerem óbvias.
- Pesquise o mood do público-alvo. Tem brand-lovers? Haters? Reclamam muito? Do que reclamam? Quais são as editorias de conteúdo mais criticadas e mais elogiadas? Sempre bom analisar os perfis nas redes sociais para entender essa dinâmica.
- Toda marca grande tem um grupo de haters. Temos que identificá-los para entender qual o tipo de influência eles têm dentro da página e prevenir possíveis crises.
- E por último mas não menos importante, entenda o que o cliente considera fundamental na comunicação. Essa informação pode poupar várias idas e vindas e fazer o cliente muito feliz.